segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Pensando...

"Deus é um ator que interpreta para
uma platéia que tem medo de rir!"
Voltaire

Começo esse post com esse comentário de Voltaire. Já conhecia essas palavras há um bom tempo e só por agora é que fui realmente compreender o que elas querem dizer e a cada vez mais me encanto pela filosofia de Voltaire, tão antiga e tão moderna. Bom, para tentar explicar o porque da colocação, deixe-me contar uma história. Mais uma vez usarei metáforas:

"Josecleverson era um apaixonado por sorvete. Ainda criança, após ter experimentado o primeiro (de manga) nunca mais conseguiu ficar sem os saborosos sorvetes. E ao longo da sua infância experimentou diversos sabores: coco, abacaxi, graviola, pêssego, maracujá. E a cada novo sabor descoberto sua paixão crescia mais e mais. E Josecleverson chegou a sua adolescência e o seu encantamento pelos maravilhosos sorvetes continuava a um ponto dele deixar de fazer qualquer coisa só pelo simples prazer de saborear um delicioso sorvete, seja ele de qual sabor fosse, uva, banana, tangirina, laranja ou mesmo o azedo limão. Quantas vezes Josecleverson enganava os amigos com alguma desculpa para não ir a um bar com eles só para ir a uma sorveteria. Quando arranjou um emprego, Josecleverson sempre dava um jeitinho de sair rapidamente do trabalho para ir comprar sorvetes. Contam que certa vez teve um sério problema com seu gerente e quase foi despedido pelo simples fato de não resistir aos maravilhosos sorvetes. Um dia, na sua sorveteria preferida, Josecleverson conhece Rosinha e foi um encanto (pra não dizer amor) a primeira vista. Os dois se conheceram de uma maneira simples no balcão. Iniciaram uma interessante(?) conversa sobre sabores prediletos e qual era, na opinião de cada um deles, o mais gostoso. Rosinha também gostava de sorvetes, mas não com o mesmo ímpeto de Josecleverson. Mesmo assim, os dois iniciaram um bonito relacionamento, que se transformou em algo mais forte e concreto. E por diversas vezes o programa preferido deles era ir na tal sorveteria se deliciarem com vários sorvetes. Saiam com os amigos e iam para outros lugares, mas sempre terminavam o dia (ou a noite) na sorveteria. O tempo foi passando e o gosto de Josecleverson por sorvetes continuava grande e o mesmo não podia ser dito de Rosinha, que apenas acompanhava o rapaz porque "estava" com ele. O tempo continuava a passar e os dois continuavam juntos. Mesmo com todas as desavenças temporárias, tentavam levar um vida felizes. Para Josecleverson, podia faltar tudo na sua vida, menos os deliciosos sorvetes. Praticamente todos os dias Josecleverson ainda tomava seus sorvetes até que Rosinha, de uma certa forma, começou a não mais gostar e só acompanhava o parceiro porque "estava com ele". E com o passar dos momentos, Rosinha não mais o acompanhou, porque realmente não gostava mais de sorvetes. E a paixão de Josecleverson ainda continuava, como criança, quando experimentou pela primeira vez o sorvete de manga. A partir desse momento, Joseclerveson não mais podia tomar sorvetes com Rosinha ou sequer falar sem sorvetes perto da moça, que era imediatamente criticado. E mesmo assim, Josecleverson mantinha sua fidelidade aos deleciosos sorvetes. Um dia, ao ir escondido de Rosinha na sorveteria, Josecleverson foi atendimento por Margarida, uma nova atendente. Ao pedir um sabor que sempre pedira, foi aconselhado a experimentar um outro. E gostou muito! E assim Josecleverson começa a descobrir novos tipos de sorvetes junto com a moça, que na verdade era a filha do sorveteiro. A cada visita, era uma alegria só, pois tal como Josecleverson, Margarida também gostava muito de sorvetes e os dois começaram a ter uma certa simpatia. E Josecleverson começou a pensar que Margarida sim, era a pessoa certa para estar com ele e não Rosinha! Rosinha podia até ser mais encantadora, mas Margarida era mais maravilhosa, além de gostar muito de sorvetes. E assim Josecleverson coloca um ponto final no seu relacionamento com Rosinha e inicia um intenso romance com Margarida. Tudo seguia o destino da melhor forma possível: Josecleverson com Margarida e os deleciosos sorvetes, que eram saboreados todos os dias com uma volúpia invejável por qualquer um que olhassem aqueles três. Praticamente todos os momentos eram acompanhados, maravilhados e deliciados com sovertes. Mas aí o que era improvável aconteceu: de tanto tomar sorvete Josecleverson começou a enjoar. Ainda gostava muito, mas não com a mesma intensidade e já chegou ao ponto de negar um pedido de Margarida para experimentarem um delicioso e novo sabor. Enquanto estava só ou mesmo acompanhado por Rosinha e não tinha tantos sorvetes próximos, a paixão de Josecleverson só aumentava. Mas só foi ele ter muito sorvete para descobrir que não gostava mais tanto assim! A vida tem mesmo dessas coisas!"

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