quinta-feira, 27 de junho de 2024

Cortez, The Killler

 


Hoje vou escrever um pouco sobre uma música que recentemente me chamou muita atenção. Quero dizer, eu já conhecia (principalmente esta versão) já faz algum tempo, quando morava na República do Rock... Pois bem, a música dá o título a esse post: Cortez, The Killer e foi escrita por Neil Yong. Antes de conhecer a versão original, eu ouvi primeiro essa versão do fantástico concerto de Dave Matthews no Central Park. E a participação de Warren Haynes do Gov't Mule fez toda a diferença. Foi por causa dessa performance que fui buscar mais informações sobre Cortez, The Killer e foi aí que fiquei mais encantado e curioso pelo trabalho.
Foi gravada em 1975 no álbum Zuma e é uma música polêmica. Sim, bem polêmica ao ponto de ter sido proibida de tocar na Espanha pelo general Francisco Franco. A música é uma crítica massacrante ao conquistador espanhol Hernán Cortés - a grafia do título da música foi propositalmente anglicizada e alterada para tentar passar uma certa diferença. A música narra a destruição do império Asteca de Moctezuma II pelo conquistador. Neil revelou que a música foi escrita enquanto estudava história no colégio em Winnipeg. Depois de conhecer a verdadeira história, ficou horrorizado e resolveu escrever a música. Através de uma linguagem poética, Young descreve a sociedade pré-colombiana como um lugar de beleza e harmonia, onde o ódio era apenas uma lenda e a guerra desconhecida, sugerindo uma visão utópica da civilização antes da chegada dos europeus. 
A música também reconhece a brutalidade da conquista, simbolizada pela figura de Cortez, que é descrito como um "assassino". A contraposição entre a sociedade idealizada e a realidade da conquista serve para questionar os custos da expansão e do progresso. A referência ao trabalho coletivo dos povos nativos, que construíram com as próprias mãos o que ainda hoje não conseguimos replicar, destaca a perda de conhecimento e cultura que acompanhou a colonização.

Segue a letra já devidamente traduzida!

Ele veio dançando sobre as águas
He came dancing across the water

Com seus galeões e armas
With his galleons and guns

Procurando pelo novo mundo
Looking for the new world

Naquele palácio sob o sol.
In that palace in the sun.

Na costa estava Montezuma
On the shore lay Montezuma

Com suas folhas de coca e suas pérolas
With his coca leaves and pearls

Em seus salões, ele se perguntava
In his halls he often wondered

Sobre os segredos dos mundos.
With the secrets of the worlds.

E seus súditos se reuniram ao seu redor
And his subjects gathered 'round him

Como as folhas ao redor de uma árvore
Like the leaves around a tree

Em suas roupas de muitas cores
In their clothes of many colors

Sob os olhares dos deuses raivosos.
For the angry gods to see.

E todas as mulheres eram lindas
And the women all were beautiful

E os homens eram fortes e valentes
And the men stood straight and strong

Ofereceram a vida em sacrifício
They offered life in sacrifice

Para que outras pessoas pudessem ir em frente.
So that others could go on.

Ódio era apenas lenda
Hate was just a legend

E a guerra nem mesmo existia
And war was never known

As pessoas trabalhavam juntas
The people worked together

E ergueram muitas pedras.
And they lifted many stones.

Levaram-os para as planícies
They carried them to the flatlands

E eles morreram ao longo do caminho
And they died along the way

Mas eles construíram com as próprias mãos
But they built up with their bare hands

O que nós ainda hoje não podemos fazer.
What we still can't do today.

E eu sei que lá ela ainda mora
And I know she's living there

E que até hoje ela me ama
And she loves me to this day

Só não me lembro quando
I still can't remember when

Ou como eu me perdi.
Or how I lost my way.

Ele veio dançando sobre as águas
He came dancing across the water

Cortez, Cortez
Cortez, Cortez

Mas que assassino.
What a killer

Segue um link para o disco no Spotify
https://open.spotify.com/intl-pt/album/2co5OjRsDVUpHxlckn7dWZ?si=5BmhtizWROmkVnjge-Z4-A



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