segunda-feira, 17 de novembro de 2014

É Tempo de … - Última( ? ) Parte – The Endless River

Então, 20 anos depois, uma nova viagem (seria o “cai o pano”?) nos é apresentada e todo aquele sentimento misto de saudosismo e psicodelismo voltam a imergir do fundo de nossas almas. É o Pink Floyd mais uma vez nos dizendo (ou tentando dizer) que ainda existe muito a ser dito e também ouvido!


Mesmo não tendo nascido nela, sou de uma geração de música digital. Passei meio que a jato por uma época em que se esperava um álbum - em vinil, é claro - com uma grande ansiedade. E quando se pegava o inédito e desconhecido disco, existia-se todo um ritual para contemplar e degustar o trabalho. Primeiro passava-se horas e mais horas viajando na capa e em todas as suas nuances e detalhes. Depois, ouvia-se cuidadosamente cada lado, cada música, cada trilha, cada nota musical. Depois juntava-se tudo novamente e então se vivenciava a mais completa experiência, tanto musical quanto visual. Com o Pink Floyd esse ritual se elevava ao extremo, não só porque se tratava da banda progressiva mais influente de todos os tempos, mas também pelas capas altamente psicodélicas e magistrais - obrigado Sr. Thorgerson!
Confesso que com The Endless River essa ansiedade não existiu por completo. Sim, fiquei altamente excitado quando vi uma singela foto de Gilmour em um estúdio em processo de gravação. Logo que alguns detalhes do álbum foram divulgados, nós nos preparamos psicologicamente para recebê-lo. Não foi uma coisa assim, inédita, pois até o disco já estar disponível para compra na iTunes Store, praticamente muita coisa vazou ou mesmo foi divulgada pela gravadora, o que fez com que nossa ansiedade fosse quase que nula. Porém, mesmo assim, senti um pequeno êxtase enquanto os arquivos eram carregados para a minha biblioteca, naquela manhã do do dia 11 de novembro!
Falando sobre o disco, The Endless River é o décimo quinto e último da banda e seu lançamento, mais uma vez, foi alardeado por inúmeros rumores, suposições e nostalgias, principalmente para os fãs do gênero e do grupo formado por Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright. O álbum é uma homenagem a Wright falecido em 2008! É um trabalho baseado nos materais - sobras é uma palavra muito depreciativa – de estúdio do disco The Division Bell. Digamos que Gilmour pegou tudo, balançou, sacudiu, tirou a poeira, colocou um ou dois riffs e gravou. Mesmo sendo algo meio que pronto, o trabalho final ficou excelente. Sim, alguns comentaram: “Que falta faz Roger Waters!” e isso é uma verdade, mas não se pode tirar o mérito e a genialidade de Gilmour em nos oferecer música para se ouvir com a cabeça e não com as “oreia”!
O disco é dividido em quatro lados. “Things Left Unsaid” inicia a viagem e a missão de preparar os passageiros para o que estar por vi. Como esse disco é uma pseudo continuação de The Division Bell, então analogias e comparações estarão sempre presentes. Portanto eu crio um link entre Things Left Unsaid e Cluster One do The Division. Cluster One é bem instrumental e preza mais pela leveza que por dizer as coisas que não foram ditas. Então entra a magistral “It’s What We Do”, que lembra muito “Shine On You Crazy Diamond”. Ela bem que poderia ser uma das suas partes. Em “Ebb and Flow” você percebe claramente o vínculo com “Take It Back”. O segundo lado é o que trás as músicas mais empolgantes do disco. Em “Sum”, Nick Mason mostra que ainda sabe tocar bateria, igual fez em Live At Pompeii. E continua mandando ver em “Skins”, que lembra e muito a faixa “Up The Khyber” do disco More. A curta “Unsung” mantém um clima e nos entrega completamente rendidos para a bela “Ansina”, que fecha com chave de ouro o lado 2. É uma melodia de piano de Wright com um belo solo de sax e os riffs de Gilmour fazendo toda a diferença.  Por alguma razão, acredito que ela bem que poderia ser um epílogo para a maravilhosa “Coming Back To Life”. Como disse um crítico, seria algo como “ei, estou voltando à vida e olha o que mais eu tenho para te contar”! A parte 3 seria a mais fria de todas. Seria o falar de não falar. “The Lost Art Of Conversation” é fria. Uma música que poderia ser bem Roger Waters. Se não lembrarmos que o homenageado que nos entrega uma doce melodia, o que sobra são apenas restos mesmo. É pouco em termos musicais, mas é muito para aqueles que fazem a blasfêmia de chamar The Endless River de “disco de elevador”! Uma leve parada com "On Noodle Street", com boa participação de Guy Pratt, é o que temos antes de chegar a "Night Light" outra música muito fraca, cujo maior mérito é nos entregar às maravilhosas "Allons-Y" (Vamos lá, em francês). Separadas pela intrigante "Autumn '68" (seria ela um contraponto a "Summer '68", do "Atom Heart Mother")? As três juntas não chegam a cinco minutos. Poderiam durar três vezes mais. A parte 3 termina com "Talkin' Hawkin" que, mesmo com as exibições do talento único de Gilmour e da boa introdução, deixa um pouco a desejar. Finalmente chegamos a quarta e última parte e temos uma impressão que o álbum deixou um pouco a desejar. Mesmo sabendo que o mesmo é uma colcha de retalhos, ansiávamos por algo a lá Pink Floyd mesmo, que fizesse a gente viajar em todos os sentidos. Mas acredito que a ideia de Gilmour como mentor do trabalho não era essa e sim resgatar os últimos trabalhos de Rick.
Alguns críticos – e também o autor destas mal escritas linhas -  acreditam que este não vai ser o último disco, pois “The Endless River”  é o penúltimo verso da música High Hopes, última faixa de The Division Bell. Então, pensando bem,  ainda existe uma possibilidade – sem “altas esperanças” – de ainda sair um trabalho “Forever e Ever”!
The Endless River pode e não deve ser usado como referência ao Pink Floyd, mas certamente terá o seu devido lugar na esfera do rock e da boa música.

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terça-feira, 21 de outubro de 2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Updates



Atualizações são e sempre serão necessárias nesse mundo cada vez mais conectado e digital. Como programador, sei que nem tudo é perfeito e aquele programa que se testou, testou e testou ao extremo sai com algum indetectável probleminha que o usuário não vai levar mais que 10 minutos para descobrir. Só que, de uns 2 ou 3 anos pra cá, essas atualizações estão chegando a um ponto de deixar nós usuários pirados – principalmente quem possui um tique digital de querer ter seus eletrônicos sempre com as últimas versões instaladas e funcionando bem.
Vou citar agora um típico dia de usabilidade e trabalho baseado no meu dia e acredito que a maioria deve passa por esse tipo de situação. Pode não ser exatamente igual, mas um ou dois itens acontecem ou já aconteceram. Então vamos lá…
7:00 – Você é acordado pelo seu smartphone e descobre que ele atualizou aquele monte de aplicativos automaticamente na madrugada e que você também esqueceu de plugá-lo no carregador. Resultado: apenas 20% de bateria e não esqueça de levar o carregador para o trabalho. É interessante ressaltar que antes não havia esse tipo de “atualização automática”. Geralmente você tinha que “mandar” o smartphone fazer a atualização e isso, por si só, era um saco. Era não, ainda é!
7:30 – Tomando um delicioso café com pão na padaria da esquina (ou mesmo em casa/trabalho), você saca o seu tablet e acessa o seu jornal preferido, cuja assinatura digital é automaticamente atualizada a noite. Sim, enquanto você dorme o seu tablet recebe automaticamente o jornal, para que você o tenha bem cedo. O problema é quando o aplicativo do jornal, por algum motivo, não atualizou sozinho. Daí vai você fazer isso manualmente ou então leia o jornal do dia anterior.
8:00 – Ao chegar ao trabalho, certamente você usa um computador, e muito provavelmente o sistema operacional é o famigerado Windows, do pessoal de Redmond. Aposto 10 contra 1 que deve existir “trocentas” atualizações para serem executadas (baixadas e instaladas). E caso você sempre as faça regularmente, pode apostar que sempre vai ter alguma que saiu a noite, seja ela de segurança pra corrigir aquela brecha que descobriam ou então alguma melhora. E, se não for o Windows, vai ser algum programa que você usa no seu dia-a-dia. E não pense que isso só ocorre com quem usa Windows não, tá? Acontece também com quem usa Mac e também com quem usa Linux. Bem pouco, diga-se de passagem, mas acontece!
9:00 – A empresa que desenvolve o programa que você usa entra em contato (isso se você usa software original, né?) dizendo que tem uma nova versão e que vai corrigir aquele monte de probleminha que você reportou a eles da última vez (acredite, se quiser). Mais um tempo perdido aí pra atualização.
11:30 – De volta em casa para o almoço (ou então para um descanso depois de ter almoçado em algum buraco na rua), novamente você liga o seu tablet ou notebook para dar uma “passadinha rápida” pelas redes sociais e percebe que precisa atualizar o aplicativo, porque a versão que você está usando não mostra corretamente novos conteúdos. Mais uma vez o seu smartphone se conecta a sua rede wi-fi e começa uma incensante busca por novas versões, seja do seu programa principal ou dos aplicativos instalados nele.
15:00 – Ao pegar o seu novíssimo notebook rodando o também novíssimo Windows 8, você descobre que Redmond tem inúmeras atualizações para fazer e que você vai perder pelo menos 1 hora ou mais para instalar todas elas. Isso se você, como já disse, for uma pessoa que sempre anda com tudo atualizado. Se você comprou o notebook a mais tempo e nunca atualizou, quando for fazer vai perder quase que umas 3 ou 4 horas atualizando.
18:00 – Chegando em casa, você resolve relaxar um pouco ouvindo uma boa música no seu home theater. Prepara aquele delicioso scotch e liga a sua linda e maravilhosa smartv. Só que, ao invés de aparecer a lista de músicas para você escolher, recebe uma bela mensagem de que uma atualização é necessária e que o fabricante recomenda que você a instale. Tudo bem que você pode ignorar, mas então você pensa que pode ser a solução para algum problema que poderia danifica a TV e então faz a danada. E ainda pode ocorrer atualizações do seu receiver e também do seu DVD ou Blu-Ray Player.
18:30 – Lembra do seu smartphone? Pois é, ele já está conectado a sua rede wi-fi e já está buscando por novidades nas “stores” digitais e te informa que existem alguns aplicativos que foram atualizados agora a tarde.
19:30 – Então você resolve jogar um game para concluir aquela fase que já faz meses que você não consegue passar. Liga o novíssimo PS4 ou então o XBOX One (ou então o PS3/360/Wii) e o que acontece? Primeiro uma bela atualização do fabricante. Atualização esta que você é obrigado a instalar, porque se não o jogo não funciona. Geralmente essas não tem como escapar. Então, dependendo da velocidade da sua banda de internet, você deverá esperar por pelo menos uns 40 a 70 minutos até que tudo esteja pronto para você finalmente jogar. Porém, quando você insere o disco do jogo no aparelho, mais uma vez é necessário fazer uma atualização. Essa agora do game em si,  para corrigir algumas falhas. Resultado: mais uns 60 minutos de espera para poder jogar. Já sem saco, tu deixa aquela merda toda sendo atualizada e vai pra cama!
22:00 – Já deitado na cama, ao ligar a sua smartv do quarto, não preciso nem dizer que pode acontecer, né? Mas então você resolver assistir a uma TV por assinatura e sua operadora resolve atualizar automaticamente o seu receptor. Mais uns 30 a 40 minutos de espera. Tu desliga tudo e vai dormir.
E mais uma vez esquece de colocar o smartphone pra carregar e mais uma vez vai ficar sem bateria no outro dia porque o seu aparelho vai passar a noite inteira se atualizando.
Ah… A vida moderna!!!

sábado, 24 de maio de 2014

Vanilla Sky

Cada minuto que passa é uma chance de mudar tudo!


Esses dias atrás, pela “enésima” vez, eu assistir ao surpreendente Vanilla Sky. O filme de Cameron Crowe é um drama que se passa na cidade de Nova York, relatando flashes da vida de David Aames, interpretado por Tom Cruise. Aames é um playboy que tem tudo que a maioria dos homens deseja na vida: dinheiro, poder, sucesso e beleza. E unindo todos esses atributos, não preciso nem comentar que ele tem na cama todas as (belas) mulheres que deseja. Porém, como nem tudo são flores (mesmo tendo de tudo e mais um pouco), David se envolve com Julie Gianni (Cameron Diaz) e ela deseja ter mais com ele do que um mero envolvimento sexual. Ao perceber que ele estava se apaixonando pela esquisita Sofia Serrano (Penélope Cruz), Julie convida David para um passeio e uma conversa no seu carro. Em seguida ela tem um ataque de ciúmes misturado com raiva e joga o carro de um viaduto. Ela morre e ele consegue se salvar, mas fica em coma profundo por três semanas e quando desperta percebe que ficou com o rosto todo desfigurado. Daí em diante, realidade e fantasia se misturam na tentativa de David de voltar a ter a vida que tinha antes e de reconquistar a mulher ao qual estava se apaixonando até chegarmos a um final surpreendente que não vou contar para não estragar a surpresa de quem ainda não assistiu.
Na primeira vez que assistir Vanilla Sky eu tive um ataque de pânico e ansiedade muito grande quando o filme terminou. Lembro que assistir sozinho e quando acabou e os créditos ficavam passando na tela, eu viajei muito, mas muito mesmo em tudo aquilo. Fiquei uns 40 minutos parado sem reação olhando para a TV com um milhão de pensamentos desfilando pela minha cabeça. Não sei porque eu fiquei assim. Veja bem, não é nada em se tratando do filme em si. As pessoas assistem a um filme de terror, por exemplo, e depois não conseguem dormir com medo. Não é nada disso. Simplesmente eu viajei na história de um cara que tinha uma vida perfeita em todos os sentidos e, de repente, tudo muda de um momento para outro, em questão de segundos. Hoje eu acredito que foi isso que me deixou – e ainda me deixa - tão perturbado quando o assisto. Em como a vida da gente pode mudar rapidamente. E que muitas e muitas vezes são envolvimentos que fazem essas mudanças. Portanto, é bom pensar bem, mas bem mesmo antes de entrar e mudar a vida de alguém ou deixar que alguém entre e mude a sua, porque você pode ter e perder tudo em questão de instantes. E ainda tem mais uma coisa… Mas isso só vou falar em outra vida, quando formos gatos!


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Certo e Errado – Parte II

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Minha última publicação aqui neste abandonado blog foi justamente uma divagação acerca do certo e do errado. Questionei no post o que é o certo e o que é o errado.  Indaguei a respeito das escolhas feitas e disse que muitas vezes o errado não existe e que vai depender do nosso ponto de vista. Pois é, e quando existem pessoas envolvidas? Sim, se existem caminhos certos e errados, então também existem pessoas certas e erradas, correto? E que uma pessoa errada pode te atrapalhar a vida de um forma que só quem já escolheu errado sabe dizer, ou seja, todos nós. E então me questiono: e se uma pessoa for a errada pra você e você for a certa para ela? Ou então uma pessoa ser a certa para você, porém você for a errada para ela? Como fica essa história toda? Será que isso é possível? Conhecendo um pouco da vida, acredito que é o que mais acontece. Respostas para essas indagações acredito nunca terei, pelo menos nessa minha conturbada existência. E se tiver, com certeza não entenderei, assim como não entendo muita coisa. Nas minhas próximas publicações aqui mesmo em Noites, contarei alguns acontecimentos, casos e descasos, encontros e desencontros e então ao final talvez eu possa ter uma visão mais ampla de tudo que aconteceu, está acontecendo e que ainda vai acontecer. Mais uma vez me lembro da novela Laços da Família, cujo belo slogan era: Laços de Família, por que a vida de cada um de nós, dá uma novela! A minha com certeza dá uma boa novela. Só não queria que fosse “das oito”!