quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tempo de Novos Caminhos

Como diz um comercial de uma grande rede de televisão, “é tempo de buscar novos caminhos”. Com o final do ano se aproximando, a ideia agora é deixar tudo pra trás, tudo mesmo, e partir para um novo e empolgante “start again”! É como se o disco rígido fosse formatado e o Windows re-instalado. A ideia inicial era que este post fosse o último do ano, mas ainda tenho algumas coisas a escrever antes da grande virada, como fazer aquela velha lista de promessas para o próximo ano que chega e tal. Mas creio que esta busca por um novo caminho é algo tão forte pra mim neste momento, que merece um texto só dele. Se esse caminho é o certo ou, mais uma vez, o errado, só o tempo dirá. E quem sabe em 2011, nesta mesma época, eu esteja comemorando? Acredito, e muito, nisso!


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Por que as pessoas ficam tristes no Natal

Já chegava o final do ano, e as pessoas já traziam nos olhos aquele ar de imenso cansaço de quem vê mais um tempo se fechando na própria vida.
A menina tinha aquela estranha argúcia das crianças, para quem alguns detalhes da vida nunca passam despercebidos.
- Vó?
- Oi!
- Por que as pessoas ficam tristes no Natal?
A Vovó estava tomando seu café, e quase engasgou com a pergunta. Essas conversas a gente sabe como começam, mas como vão terminar...
- Por que você esta perguntando isso, meu bem?
- Porque eu vejo, Vovó. No Natal, parece que só tem gente feliz dentro da televisão.
Mal pode conter o riso, da inteligência vivaz daquela menina.
- Sabe, querida, acho que as pessoas confundem um pouco as datas.
- Como assim?
- Algumas pessoas confundem o Natal com o Dia de Finados. Você sabe o que quer dizer o Dia dos Mortos?
Olhou para ela com aquela cara de mais ou menos.
- No dia de Finados, lembramos das pessoas que não estão mais aqui nessa dimensão com a gente. Visitamos, levamos flores e conversamos com essas pessoas que moram em nossos corações, mesmo tendo partido de nosso convívio.
- Você vai visitar o Vovô no dia dos Mortos, não é, Vovó?
- Sim, meu bem, eu vou fazer uma visita para ele em meu coração. Converso, conto as novidades e fico com saudades das conversas que eu tinha no alpendre com seu avô.
- Por que você não vai ao cemitério, como todo mundo?
- Porque eu combinei com seu avô que iria encontrá-lo aqui na varanda, no alpendre, no pomar, nos lugares em que o nosso amor ainda está lá, vibrando, como uma música ...
A menina era curiosa mas não inconveniente. Percebeu que a Vovó estava muito emocionada e não queria vê-la chorar.
A Vovó, como sempre, adivinhou seus pensamentos.
- Pode continuar perguntando as coisas, meu bem... A Vovó se emociona um pouco mas agüenta o tranco...
- Vó?
- Oi!?
- O que tem a ver o Finados com o Natal?
- Algumas pessoas ficam tristes no Natal porque se lembram dos entes queridos que não estão mais ali. Olham para as mesas, as comidas, a árvore de Natal e só conseguem lembrar de festas antigas, onde a casa estava cheia, os filhos eram pequenos e a vida era mais simples. Vai passando o tempo e as pessoas ficam com essa coisa, essa doença de fim de ano que se chama Antigamente-que-o-Natal-era-bom, e ficam suspirando na mesa com saudade de outros tempos, outras épocas. Isso que é um Natal-Finados, meu bem. Um Natal em que as pessoas ficam todas tão preocupadas com as perdas que não notam o encanto das crianças com o Papai Noel, nem a graça de mais uma ver reunir os vivos e aproveitar quem está ali em vez de pensar em quem partiu.
- E por que as pessoas tem saudade no Natal e não no dia de Finados?
- Acho que porque as pessoas acham feio ter um dia para a tristeza, meu amor. Acham que devemos ter datas só para alegria. Mas até o Carnaval tem a Quarta-Feira de Cinzas para a gente ficar triste...
A menina coçou a cabeça, o que era sempre um sinal de que iria desfechar uma daquelas perguntas sem resposta que a Vovó temia.
- Mas, Vó?
- Fala...
- Por que as pessoas tem que ficar felizes no Natal?
Pronto. Inverteu a pergunta, pensou a Vovó.
- Você falou que as pessoas só ficam felizes na televisão.
- Isso.
- Bem, minha querida, tem uma alegria de plástico na televisão. Uma alegria de Loja de Departamentos que não tem nada a ver com o Natal. Isso também deixa as pessoas muito tristes.
- Por que?
- Porque elas olham aquelas pessoas rindo, as famílias numerosas e felizes, as mulheres magras e maravilhosas, os homens lindos e seguros de si, envolta de Papais Noel gordos e sorridentes e pensam: os outros tem um Natal muito melhor do que o meu...
- E para que serve isso, Vovó?
- Para vender coisas, querida. Para as pessoas confundirem o Natal com os presentes, o que também é uma bobagem. Dessa vez foi a Vovó que coçou a cabeça.
- Pituca?
- Oi!
- Sabe, tem gente que nem lembra que o Natal comemora o nascimento de Jesus. Olham para o Presépio e acham que é um enfeite folclórico, com uma criança cercada de vacas e ovelhas. As pessoas perderam o sentido de Natal, meu bem, por isso não sabem mais se ficam alegres ou tristes nessa época. E você sabe qual uma das maiores graças do Natal, meu bem ?.
- Qual?
- Esperar por ele. É uma delícia esperar pela festa.
- Mas...
- O que?
- Eu vou ter que esperar muito?
- Não. O Natal já está bem pertinho..
- Mas...
A Vovó olhou com cara de que não-tem-mas-nem-meio-mas. A menina entendeu. Mas não deixou a velha senhora sem uma última pergunta.
- Vó?
- Oi!
- Quando você morrer, meu Natal vai ficar triste?
A Vovó aconchegou a menina, que já tinha algumas lágrimas querendo sair.
- Você vai ficar feliz, pois o amor que a Vovó sente por você vai estar vibrando, como uma música, envolta da árvore. É lá que eu vou te encontrar, combinado?
- Combinado.
A menina teve uma estranha sensação, como se um rena tivesse passado pela janela.
Devia ser um sonho de Natal.

Ps. Ao som do R.E.M., buscando algumas respostas, encontrei isso! Não sei quem é o autor, mas que fez uma sentido tão grande pra mim, principalmente nesta semana que vai ser muito difícil! Mas sei que vai passar…

Chances

Às vezes tenho alguns devaneios acerca das casualidades da vida e hoje pela manhã tive um em relação a alguns acontecimentos passados e também no que está acontecendo no presente momento. Imaginei que temos algumas chances em nossas vidas. Em determinados momentos, nos é fornecido uma nova oportunidade de corrigir, acertar, reiniciar ou mesmo começar algum, como é chamado em programação orientada a objetos, “evento”. E, infelizmente, somente os mais espertos conseguem aproveitar essa nova chance. Caso você não a aproveite, esqueça. Você simplesmente perdeu! Nada de apertar e tecla ESC e começar de novo. Não, na vida essa tecla não existe. É somente dado uma única oportunidade necessária e caso você a perca, lamentará o resto da sua vida, ou pelo menos por um longo, longo tempo, até receber uma outra. Isso se vinher a receber. Portanto, devemos ficar sempre atentos para essas chances. Elas costumam chegar em momentos que você nem imagina. Momentos sutis na vida, onde as vezes achamos que tudo está perdido ou que nada dá certo. Devemos ficar sempre ligados para que essas oportunidades não passem despercebidas. Em certas fases, não podemos mais nos dar ao luxo de perder o tiro de largada para buscar essas chances. E, quando elas aparecerem, agarrá-las firme e não deixá-las mais ir, pois uma delas pode ser, simples e puramente, a sua felicidade. E então se encontrar e seguir o caminho. E concluindo o meu devaneio: eu perdir algumas.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

One Of My Turns




Day after day, love turns grey
Like the skin of a dying man
Night after night, we pretend it's all right
But I have grown older and
You have grown colder and
Nothing is very much fun any more.
And I can feel one of my turns coming on.
I feel cold as razor blade
Tight as a tourniquet
Dry as a funeral drum,
Run to the bedroom, in the suitcase on the left
You'll find my favourite axe
Don't look so frightened
This is just a passing phase
Just one of my bad days
Would you like to watch T. V.?
Or get between the sheets?
Or contemplate the silent freeway?
Would you like something to eat?
Would you like to learn to fly?
Would you like to see me try?
Would you like call the cops?
Do you think it's time I stopped?
Why are you running away?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dias Finais

O final do ano de 2010 se aproxima e mais uma vez aquele sentimento que eu conheço bem de outros carnavais também chega, triunfante, como quem diz: “Só fiquei longe por um tempinho. Agora estou de volta e pode ser que nunca mais eu te largue, amigo”. Esse sentimento que cito é a tristeza de final de ano, de natal, de reveillon. Ando pelas ruas da cidade, vendo as decorações de natal nas lojas e nas casas e uma súbita dor se apossa de mim. Já comentei aqui mesmo em Noites que já tive fins de ano maravilhosos. Ano passado mesmo foi sensacional. Geralmente eu sempre fico muito down nessa época e não consigo compreender bem o motivo e nesse em especial acredito que vai ser muito, mas muito down mesmo, pois estão juntas a tristeza desses dias finais, a minha angústia e também a minha ausência! Na verdade, o motivo de me sentir assim eu até acho que entendo um pouco: creio que é a falta de pessoas ao meu lado, de família, de afeto, de companheiro. Acho que é isso! Provavelmente o que vou fazer é ir para algum bar, beber tudo que tenho direito até não aguentar mais e então vou para casa dormir. E tudo passa, pelo menos nessa noite. Ultimamente tem sido assim! Eu descobri esse jeito de passar esses dias tristes há alguns anos atrás, quando na véspera do Natal bebi praticamente o dia inteiro. Quando a noite chegou e todos se reuniam para a famosa ceia, eu dormia e não via e também não sentia nada acontecer. A única coisa boa disso é que não fico triste. O álcool tem um poder de substituir tristezas que é uma maravilha. Tudo bem que é temporário, mas acredito que vale a pena, pelo menos por um tempinho!!!


domingo, 5 de dezembro de 2010

Afeto

Segundo o Aurélio

afeto

[Do lat. affectus, us.]
Substantivo masculino.
1.Afeição por alguém; inclinação, simpatia, amizade, amor:
amou-o assim como se amam as coisas belas, e o afeto de que o envolvia propagou-se em redor” (Rute Bueno, O Livro de Auta, p. 33).
2.Objeto de afeição:
Doía-lhe estar ausente do seu afeto.
3.Psicol. O elemento básico da afetividade (2).
4.Psiq. Estado emocional ligado à realização de uma pulsão (2) que, reprimida, transforma-se em angústia ou leva à manifestação neurótica.

Segundo eu, eu mesmo e Irene

Eu sinceramente não sabia que uma palavrinha tão pequena e tão assim tranquila fosse causar tamanha alvoroço. É incrível, como está fazendo falta, tanto dar como ter e principalmente receber. Estão sendo dias angustiosos! Dias de confusão, de mágoa, de querer saber, de ficar perdido, enfim, dias tristes!